20 de março de 2010

A BUNDA, QUE ENGRAÇADA

(revisado e ampliado)
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A Bunda, que Engraçada

(Carlos Drummond de Andrade)

A bunda, que engraçada.

Está sempre sorrindo, nunca é trágica
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda,
redunda

Abaixo, 10 bundas para os leitores mais gulosos:










Um comentário:

  1. Eu adoooro esse poema de Carlos Drummond é de um humor notório e um exímio exemplo da realidade... e o blog continua lindo show de bola!

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