15 de novembro de 2012

QUESTIONÁRIO DE UM SUBMISSO

"A respeito do olho parece impossível pronunciar outra palavra que não seja sedução, pois nada é tão atraente quanto ele no corpo dos animais e dos homens. Porém a sedução extrema está no limite do horror."
Trecho do livro A HISTÓRIA DO OLHO, de Georges Bataille



O símbolo do blog é um olho, e apesar de não sabermos o que exatamente ele vê, percebemos pela imagem em que direção ele olha e qual o campod e sua visão. Ele vê dentro de um banheiro, a cabine ao lado.  Esses locais são particularmente interessantes porque é ali que tomamos banho, batemos punheta, urinamos e defecamos. 

Por isso mesmo, um local cheio de fantasias e fetiches. O local onde ficamos nus ou semi-descompostos. Também o local onde o corpo do outro se mostra pela primeira vez. A criança que toma banho com o pai, com a mãe ou com o irmão(ã) percebe as diferenças entre o corpo dele que vê de cima pra baixo e a nudez que se apresenta diante dele, vista por inteiro e muitas vezes, de baixo para cima.

Esse tamanho ideal para o sexo oral é ajoelhado. Ou seja, do tamanho de uma criança, sem que com isso estejamos falando de pedofilia. Diminuir o tamanho de álguém é também diminuir sua força, subjulgá-lo, submetê-lo aos seus comandos. É como cortar os cabelos de Sansão, fazendo dele o que Dalila bem entender.

Nesse plano codificado que é o do erótico, a classificação que mais me fascina é a do Bondage sadomasoquista. Onde o poder de tortura é de quem sofre os maus tratos e precisa refrear o gozo para aproveitar um pouco mais desse prazer que sente.

Ainda falando da simbologia do olho, o buraco que se abre à curiosidade alheia é o orifício por onde pode ser enfiado um pênis. Que vai direto ao olho pelo buraco e portanto olhar pela fresta é uma alegoria o sexo anal. 

Uma das coisas que mais extase causam em quem pratica bondage é a pausa. Quanto mais expectativa mais ansiedade e mais gozo. Portanto negar é sadismo enquanto que saborear a negação é masoquista. Alguns casais vivem relações sadomasoquistas fora da cama, fora do ambiente doméstico, fora do coito. Casos de espancamento, tortura e morte, geralmente da esposa são noticiados diariamente.Vizinhos que assitem a brigas na expectativa de ver a dor nos olhos de quem sangra. São exemplos de relações sadomazoquistas que extrapolam os limites do acitável, ou seja, a concordância de todos os envolvidos.

Entre os códigos que vemos na filmografia do sexo explícito, houve uma mudança na captação da imagem que hoje tem muito mais close e mais ângulos que exibem a mesma cena, portanto uma edição mais voltada para o documentário ao mesmo tempo que foram os palcos onde as orgias acontecem cada vez mais se iluminando e mostrando as imperfeições do corpo. 

Mas de tudo uma coisa se conservou: a condição da mulher como objeto de desejo de quem assite. Uma mulher ideal, sem rosto próprio contruída para seduzir e guilhotinar o homem que por ela se sente atraído. Esse homem que as vezes vem em dupla, em grupo ou, em forma de prótese é o único domador desse animal e sua selvageria.

A lesbica dos filmes nunca é apenas feminina. Ou ela veste uma prótese peniana para se travestir de dominadora da outra fêmea que participa da cena ou compartilha com ela uma prótese dupla capaz de satisfazer ambas ao mesmo tempo. Imaginário que colabora para criar a idéia de que uma mulher sempre vai depender de um homem mesmo que ele seja só uma representação alegórica para sentir prazer. Mas quem escolhe como objeto de gozo um corpo igual ao seu está rejeitando um outro que seja diferente. Portanto uma mulher deseja na outra o batom, a meia-calça, o cabelo comprido e os seio e não um pênis que é atributo masculino.

Mas, como a sexualidade humana nos surpreende toda vez nos dispomos a investigá-la, assistam o vídeo abaixo. Façam vocês próprios o questionário de um submisso.

De uma vez só, o negro, o gay e a mulher assumem papéis diferentes do que estamos acostumados a ver em um filme pornô. Meia hora de reinvenção e flexibilização dos papéis sociais. Aqui a negação assume um papel de perversidade que é desejada por aquele que filma toda a interação dos corpos



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