15 de abril de 2010

A CONFRARIA DOS ESPADAS*

Sugestão de música: "The Blackest Lily" da cantora americana Corine Bailey Rae

 

Quando um homem diz "eu sou gay" os homofóbicos ouvem "eu faço sexo anal" e imediatamente associam a uma inversão de papéis sexuais e portanto uma traição dos princípios constitucionais do clube do Bolina.

Se sentem profundamente magoados ao descobrirem que um amigo, as vezes de infância, "passou para o outro lado". Pensam ele que estavam “dormindo com o inimigo” e muitos se afastam por se envergonharem: primeiro de si próprios pela paranóia de serem “o último a saber” e depois pela vaidade de pensar “o que os outros vão dizer se me virem com um homossexual (assumido) ao lado?”.

Alguns gays e lésbicas reproduzem esse comportamento e se dizem “fora do meio” ou “dentro do armário”. E são os piores na cama porque trazem consigo todos os preconceitos da família, da religião e da sociedade além de se sentirem acorrentados na hora de fazer sexo.
 

Quem acha que nos filmes pornôs vamos encontrar uma maior liberdade sexual cai no erro de supor que exista um mundo pralelo. Os filmes, principalmente os eróticos seguem a cartilha do preconceito, muitas vezes reforçado e justificado. Os próprios atores vivem esses conflito: de fazer sexo primeiro por dinheiro mas num patamar mais elevado do que os garotos da rua. E sem a liberdade de decidir o que fazer dos seus corpo pois há um diretor controlando até seus gemidos.

Há casos de atores que filmam com outros homens e se dizem héteros. E outros que viram pastores evangélicos depois de uma carreira meteórica, sem falar dos que escondem o passado gay coprando os direitos dos filmes gays e só gravando cenas hétero.

A fragilidade do clube do Bolinha é tanta que seus membros precisam testar a casa cinco minutos por meio de brincadeiras e gozações se no grupo há algum membro em desvio de conduta. E para isso existem muitas teorias como a do pênis torto pra direita ou do anular maior que o indicador. Parece muito com os sinais encontrado pela inquisição para denunciar e queimar bruxas.

Nada que se compare a uma brincadeira dos jovens na Inglaterra onde os participantes, todos héteros se beijam e se acariciam intimamente na intenção de despertar o desejo e a paudurecência no outro. Este, para provar sua masculinidade resiste ao assédio passiva e amolecidamente. Ah eu nessa!


Nas academias, homens malham os braços e mulheres malham as pernas e os glúteos. Se houver algum desvio desse padrão da corpolatria, uma mulher com braço definido ou um homem com a coxa muito malhada ou que faça questão de exibir o bumbum durinho, a Confraria dos Espadas pôe o candidato à prova. Esse membro para não ser constantemente reavaliado precisa de uma mulher ao lado que legitime sua macheza.

Por outro lado, os gays também se travestem de hétero malhando os braços para tentar entrar no clube. Mas ao cair da noite, abandonam as raparigas para se aconchegar nos braços de outro macho.


Tentativas não faltam de homossexuais entrarem para a associação dos héteros convictos. Além da já citada, alguns gays assumem um comportamento bissexual para serem melhor encarados pelo clube. Ou então adotam na cama a “posição masculina”- a do inseminador - mas esta tentativa também se frustra por que não encontra o útero para receber seu esperma que acaba desperdiçado. Isso porque o candidato se auto-rejeita e nunca sentirá o chamado Orgulho Hétero.


Na outra extremidade, existe o homossexual assumido que só de olhar já denuncia o enrrustido e desse torna inimigo declarado. Os gays armaristas usam de chacotas a agressões físicas na tentativa de apagar a auto-imagem quando olham no espelho de si o outro. Novamente se decepcionam porque mirando no alvo errado procuram romantismo dos vampiros sem reflexo.


O único caminho possível é a extinção do Clube dos Machos, uma das metas do movimento em prol da Ditadura Gay. Estão em nossos planos tornar os jogadores de futebol e a torcida gays assumidos e orgulhosos. Fazer do brasil a sede dos Gay Games, até hoje só realizada em países europeus, tornar as pulseirinhas do sexo uma forma de comunicação entre os homossexuais alunos do ensino fundamental entre outras coisas.

Sendo a mais importante de todas, a declaração do Vaticano que por meio de um comunicado divulgado nesta quarta-feira (15 de Abril) diz: “As declarações de Bertone se referiam ao problema dos abusos por parte dos sacerdotes na Igreja "e não à população em geral”. As autoridades eclesiásticas não consideram de sua competência fazer afirmações gerais de caráter psicológico ou médico, para as quais se remetem naturalmente os estudos de especialistas e às pesquisas dirigem"
Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé

*A Confraria dos Espadas é um livro de contos escrito por Rubem Fonseca

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