19 de maio de 2013

COM O CORPO TODO RABISCADO

Antigamente as tatuagens eram todas pretas, assim como as pichações. Ambas eram marginalizadas e cercadas por uma aura de criminalidade. Tanto os desenhos feitos no corpo humano como aqueles no corpo da cidade eram agressivos, pontiagudos e escuros.

Com o passar dos anos, o desenho ganhou cor para atingir um público maior, ganhou formas mais arredondadas, e passou a ser mais efêmero na pele e mais duradouro nos muros.

Além disso, perdeu-se um pouco aquele tribalismo que o desenho envolvia. A Yakuza, máfia japonesa que possuía um código de conduta gravado no corpo dos seus membros passou a estampar as camisetas. Os meninos mais sensíveis ganharam a anestesia e até os negros foram convidados a participar, desde que ensinassem aos brancos como fazer aquelas tranças maravilhosas nos cabelos.

As fotos abaixo, mostram como a arte quando sai do museu ganha corpo na cidade, nos objetos, nas roupas e na epiderme dos homens.


No exército americano a regra era "não pergunte, não responda". Assim as forças armadas não falavam em preconceito contra gays porque não sabiam onde eles estavam. Da mesma forma eles não poderiam acusar a discriminação sob pena de ter que assumir sua orientação sexual.

Um movimento crescente nos países desenvolvidos é o barebacking (cavalgar sem sela) onde as pessoas transam sem camisinha em grupos frequentados por homens infectados com HIV que não são identificados. Uma roleta russa moderna. Esse rapaz, identifica o perigo biológico porém protege a si e a seu parceiro usando camisinha. O risco de um portador do vírus ganhar outro numa relação desprotegida e eles combinarem seus DNAs tornando a doença mais agressiva é grande. Por isso recomenda-se o uso da camisinha entre casais onde os dois parceiros tem o vírus.


O ativista gay e soropositivo Keith Haring falecido em 1990 deixou pela cidade, nas grifes de roupa, nas galerias e museus seus inconfundíveis traços. 


Entre as tatuagens que identificam tribos, os ideogramas japoneses são os mais populares, mas repare uma patinha de urso entre os dedos do rapaz. Ele é um chaser. Um caçador de ursos: um subgrupo dentro da identidade cultural gay onde os pêlos e a barba são muito valorizados. Ao contrário das barbies que exibem corpos hipertrofiados e completamente depilados, os bears conservam seus pêlos e suas gordurinhas.


Rick Genest modelo canadense que ficou internacionalmente famoso depois de contracenar no clipe Born This Way da cantora Lady Gaga. Fez essa campanha publicitária genial que pergunta "Como você julga um livro?".

 
Esse It Boy
Cee Lo Green autor da atrevida Don't Cha, sucesso na voz das The Pussycat Dolls é outro corpo tatuado. E para ele que tem a pela negra, os desenhos mais finos, mais vazados são melhores.

 A quantidade de meninos tatuados trabalhando em filmes gays cresceu muito. Há umas duas décadas atrás a estética gay girava em torno dos atletas, dos jovens inocentes e dos homens mais velhos. Mas todos tinham corpos livres de rabiscos. 

 
Houve também o fenômeno da androginia que voltou com força no mundo da moda e acabou ganhando também adeptos entre os tatuados. As flores e os desenhos animados não são mais coisa de garotas. Os homens também se permitem entrar num universo mais delicado, menos rude.

 
Por enquanto é isso. Dependendo do numero de acessos, o post pode aumentar. Até a próxima, fazendo o quadradinho de oito.


 






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