10 de maio de 2013

MACHISMO ENTRE OS GAYS

Outro dia conversei com uma amiga, que me contava apavorada sobre a estranha mania do namorado. Nunca havia conhecido homem que gostasse de "fio terra". E esse gostava de gozar assim, com o dedo no rabo.

Tentei acalmá-la dizendo que aquele homem estava transando com ela e não com outro homem. Portanto ele não era gay. E se fosse bissexual também não haveria nenhum problema. Os dois poderiam combinar que durante o namoro seriam fiéis um para com o outro e caso se surgisse interesse por outra pessoa de fora, o melhor era terminar.

O que essa moça teve foi um choque ao perceber que a sexualidade humana vai além dessa dualidade passivo-ativo héterossexual. O próprio símbono taoísta que designa a dualidade do universo diz que existe um princípio passivo-feminino e um princípio ativo-masculino. Porém, deixa um ponto de excessão em cada uma das manifestações arquetípicas.

Se até a filosofia taoísta de origem chinesa com traços que vem desde a pré-história já encontrava uma excessão para quaqluer manifestação absolutamente passiva ou ativa, é porque desde essa época, a humanidade percebeu que nada é tão rígido assim quando se trata de natureza. E o sexo é natural.

Dizem que o sexo é um tabu. Mas o casamento é manifesto abertamente por meio de uma aliança de ouro. Inclusive existem os anéis da virgindade usados por ambos os gêneros. A música também fala de sexo e dos papéis sexuais de homens e mulheres. Por exemplo, quando Mário Lago compôs "Ai que saudades da Amélia" ele estava se pronunciando sobre o papel das mulheres em relação aos homens. Segundo a letra da música, uma mulher deveria ser passiva, tranquila e submissa. Mas reconhece que já não existem mais mulheres assim.

Raul Seixas, por outro lado, se espanta quando vê duas mulheres transando e diz na música "Rock das Aranhas" que quer entrar no meio pra mostrar como é o certo. Que "aranha com aranha sempre deu em jacaré" segundo ele. Uma reação machista quando viu que duas mulheres poderiam ter prazer sem ajuda de um pênis, sem ajuda de um homem.

Existe um livro, A História Sexual da MPB, do escritor e jornalista Rodrigo Faour explica melhor essa conversa que a música e a sexualidade mantém até hoje. Alguns afirmando seu machismo, outros defendendo o feminismo. Um bom exemplo do segundo caso é a banda Kid Abelha que diz na música Poligamia "Todo homem merece um harém/ Toda mulher também..."

Há quatro anos eu tenho esse blog onde me exponho de corpo e alma como se fosse uma terapia coletiva. Quando conheço algum homem com intenção de namoro, mostro qual é a minha maneira de ver a sexualidade para que ela não seja um problema no futuro. Mas quase sempre a homossexualidade é tão reprimida internamente que o homem chega na fase adulta com muitas frustrações e pré-conceitos que atrapalham e incomodam na hora de transar com outros homens.

Uma coisa que acontece frequentemente na minha vida pessoal é quando eu defendo a idéia de que uma relação a três é perfeitamente possível e pode ser natural um namoro a três. Desde a adolescência quando os hormônios entram em ebulição e a energia sexual explode aprendemos a controlar o impulso para não termos ereções em locais públicos e para usar a masturbação como forma de auto-conhecimento. Portnato, o menage a tróis pode ficar apenas no campo das idéias. A fidelidade é o que ocorre quando o impulso sexual é controlado. Um casal monogâmico pode ser psicológicamente saldável e feliz.

Isso acontece também com os bissexuais. Vez por outra começam um namoro com uma moça, formam um casal heterossexual mas ela fica insegura achado que o rapaz vai ficar com ela em local público admirando os rapazes que passarem causando um tremendo constrangimento para ela.

Ouvi um amigo dizer que homossexual passivo não pode reclamar de dor na cama. Como? Se até os animais sentem dor, porque um ser-humano nao poderia dizer que se sente desconfortável, que prefere outra posição, mais rápido, masi devagar, que quer que pare? A resposta está no machismo heterossexual: homens não choram. E se não choram tem que aguentar qualquer dor física ou psicológica em silêncio.

Também tem aquela pessoa que diz que é um ativo liberal. O que é isso eu não sei. Mas o combinado não sai caro. Entre casais o melhor é dizer onde está o seu limite e tentar contornar sem agredir. Afinal todos temos nossas limitações.

Eu por exemplo não admito que o meu namorado faça sexo sem camisinha. Para mim é inegociável. A saúde é uma questão de cada um. Se tenho hábito alimentar carnívoro e namoro com um homem vegetariano, vamos a um restaurante que sirvam pratos que satisfaçam ambos os gostos.

Uma outra coisa que incomoda é o ciúme. Segundo Regina Navarro, "o ciúme está ligado à imagem q cd um faz de si. Quem tem autoestima elevada, e se acha interessante, ñ supõe q será trocado c/ facilidade." Essa é uma questão do indivíduo e não do casal. 

Então, meus queridos leitores, abram o diálogo com os amigos, com seus companheiros e companheiras para termos uma vida sexual ativo-passiva mais dinâmica e feliz. Sem neuroses, preconceitos, sem a interferência da religião e principalmente sem culpa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...