11 de janeiro de 2011

O MITO DA VIRGINDADE

Sexo anal, penetração de punho, cunilíngua. O que para as mulheres héterossexuais ainda é um assunto delicado (e por isso mesmo muito explorado pela indústria que fabrica o universo feminino), para os homens gays é assunto banal. Pela anatomia e pela forma como ocorrem as interações sexuais acabamos tocando no assunto quando estamos entre amigos.

A estimulação de um pênis para se chegar a um orgasmo pode ser feita com as mãos, com a boca e com o ânus. Por outro lado, a estimulação do ânus para se chegar ao mesmo orgasmo pode ser feita também com objetos e com o punho, como mostra o fotógrafo Robert Mapplethorpe (1946-1989).

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É aí que surge o tabu. Esiste um puritanismo, uma questão que já devia ter sido superada que diz respeito ao número de parceros que uma pessoa pode ter em cada relação sexual e ao longo da vida. Acaba gerando muita dor de cabeça e desviando a atenção do movimento político que exige que o Estado reconheça os direitos de homossexuais da mesma forma que reconhece os direitos dos héterossexuais afinal são manifestações distintas da mesma sexualidade.

 Robert Mapplethorpe

Promiscuidade

A principal acusação que um homossexual ouve é a de ser promíscuo. Mas o que vem a ser isso? Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), acima de três parceiros diferentes por ano já é considerado promiscuidade.Vejamos então este recorte de jornal:

Realizada pelo instituto Tendências Digitales, sob encomenda do Grupo Diários America (GDA), integrado pelo GLOBO, com 13.349 pessoas via internet, a pesquisa revelou que o Brasil é o país em que homens e mulheres têm o maior número de parceiros sexuais ao longo da vida, uma média de 12, contra 10 na América Latina em geral. O país registra também o maior percentual de pessoas da região que associa relação sexual a prazer, 35,6%. Nos demais países, a média é de 27,6%. E a proporção se mantém mesmo quando o recorte é feito por gênero. As mulheres e os homens associam sexo a amor, sim, mas, em quase igual medida, também ao prazer.

Fonte: Jornal O Globo


Políticas do corpo 

Para as mulheres foi inventada até uma cirurgia plástica de reconstituição de vagina. Para os homens ainda não existe um equivalente. Sempre se soube que a virgindade feminina é um instrumento de controle tanto populacional porque não leva em conta a descoberta da camisinha como também de demarcação territorial porque o homem que primeiro transar com essa moça será lembrado pelo resto de sua vida. Quanta bobagem. Um homem é lembrado na medida em que causa alguma mudança na vida da pessoa e na maioria das vezes isso acontece fora da cama.

Robert Mapplethorpe

Mas e com os gays, pra que serve a imposição da virgindade? Para nos manter todos escondidos e impedir que ganhemos as ruas com nossa sexualidade assumida (não confundir com sexo em público). Alguns homens que desempenham papel sexual de passivos se acham semelhantes a mulheres (no que diz respeito a construção cultural do feminino) e trazem consigo o mito da virgindade. Ficam se perguntando se ainda são apertados o suficiente e se no futuro restará a eles os punhos cerrados.

Sexo anal doi?

Em primeiro lugar, o sexo anal pode ser feito com dor ou sem dor. Isso vai depender de diversos fatores: o primeiro deles é a lubrificação. Que ao contrário das mulheres não é natural. Mas a indústria farmacêutica desenvolveu uma vasta gama de produtos para esse fim.


A segunda coisa para uma relação anal ser prazeirosa é ter paciência. Se houver dor e se ela estiver acima do suportável é bom parar, mudar de posção ou tentar forçar menos o esfincter.

Existe ainda uma terceira questão que é a adrenalina. Quanto mais excitada está uma pessoa mais anestesiada ela fica. Por isso as massagens com as mãos e a língua são importantes. É importnate passar confiança para o parceiro. Mesmo com pessoas já expeientes pode haver dor, fissuras e dependendo da animação até um sangramento.

 Robert Mapplethorpe 

Há inclusive uma gíria gay chamada “meu cu” que é usada quando a pessoa quer demosntrar desinteresse. Ela segue a lógiica cultural vigente que associa a gay a passivo e hétero a ativo usando como modelo o casal heterossexual. Mas também pode querer dizer mais, o ãnus está atrás, distante portanto da cabeça (extremamente valorizada na nossa sociedade) e quando é usada em frases como “Ah... meu cu, viado!”, tambem fala da inofenciva presença de outro homossexual. Como se esse não fosse se interessar mesmo que o ânus fosse mostrado, oferecido.

Mas chega de papo que o blog é erótico. E eu acabei descobrindo uma série de fotografias que crcularam na internet e que até ninguém reivindicou a autoria. Nelas vemos vàrios esfincters anais, uns mais abertos outros mais fechados. O que não quer dizer que essas pessoas tenham praticado sexo anal. Há alguns casos em que a pessoa nunca tem dilatação e outros em que a pessoa já nasce dlatada.

Reparem a diferença na captação e no tratamento da imagem do século XX para o século XXI. Hoje é tudo mais biológico, mais orgânico, mais big brother. O que chocava antes já não faz o mesmo efeito e a dosagem precisa aumentar.







Um comentário:

  1. Sexo continua sendo um tabu, que merda.
    Quando as pessoas vão aprender que o que as outras fazem na cama não dizem respeito a ninguém? Você não é melhor ou pior do que ninguém por fazer ou deixar de fazer certas coisas durante o ato sexual, pô.
    O cu é meu, eu faço dele o que eu quiser, não é?
    É bom reforçar que não é legal usar produtos inadequados como lubrificante tipo óleo, margarina, manteiga, sei lá... o que a imaginação de vocês permitir.Isso vai trazer problemas para vocês.
    Quanto a promiscuidade... só não curto traição. Você pode ter relacionamento aberto, fechado, namoro a três... desde que seja um acordo entre os parceiros. Eu optei pelo relacionamento fechado e pela monogamia, mas não julgo quem gosta de experimentar outros tipos de relacionamento.

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