24 de fevereiro de 2011

Eu Não Quero Voltar Sozinho - Curta


Sinopse: A vida de Leonardo, um adolescente cego, muda completamente com a chegada de um novo aluno em sua escola. Ao mesmo tempo, ele tem que lidar com os ciúmes da amiga Giovana e entender os sentimentos despertados pelo novo amigo Gabriel.


Elenco: Ghilherme Lobo, Tess Amorim, Fabio Audi

Roteiro e Direção: Daniel Ribeiro

Produção Executiva : Diana Almeida

Fotografia: Pierre de Kerchove

Direção de Arte: Olivia Helena Sanches

Montagem: Cristian Chinen

Edição de Som: Daniel Turini e Simone Alves

Trilha Sonora: Tatá Aeroplano e Juliano Polimeno

Produção de Elenco: Alice Wolfenson e Danilo Gambini

18 de fevereiro de 2011

PORQUE DETESTO CINEMA NACIONAL

Vai ficar uma merda essa postagem, mas quem acompanha o meu blog sabe que é assim mesmo. Com o tempo eu vou revisando e ajeitando as coisas e ampliando com fotos e vídeos. Poucas vezes eu pude ver cenas tão engraçadas como as de Alexandre Senna.

Pra quem não sabe, Alexandre Senna é um ator brasileiro que faz filmes porno-eróticos com homens, mulheres e travestis. Particularmente se diz héterossexual (como a maioria dos atores brasileiros) mas com a diferença que ele não só diz como prova. Tem esposa e dois filhos.

Em outra postagem João Silvério trevisan falou sobre o fantasma do masculino e lá foi levantada a seguinte questão: o objeto de desejo nem sempre condiz com a forma como se gosa. O que quer dizer na prática? Que o rapaz pode muito bem estar dizendo a verdade. Diferente do Paulo Coelho que diz que deu e não gostou, esse disse que grava toda semana, sempre no papel de passivo e quem pediu para ele parar de fazer cenas com mulheres foi a própria esposa pq sentia ciúmes.

E a julgar pelo desempenho do rapaz, provavelmente ele não gosta nem um pouco da coisa. Vejam e chorem meus amigo(a)s. Pq vai ser difícil ficar excitado com esse rapaz.


O ponto positivo é que ele tem uma das bundas mais bonitas que eu já vi aqui nos trópicos e tem um rosto que fica bonito no vídeo. A parte cômica fica por conta dos diálogos. Em uma cena ele diz "fode viado!" para o cara que está lhe comendo o rabo, poizé.

Em outra o rapaz enterra o pau na garganta de Alexandre e ele cai na gargalhada. Não é a toa que ele em toda a carreira só ganhou duas capas e isso aconteceu recentemente.


Por volta de 9:20 min uma voz em off manda o rapaz calar a boca de Alexandre metendo-lhe a pica guela abaixo. É hilário! Nunca tinha visto um ator pornô canastrão

Entrevista para a tv

Até o SBT Repórter fez uma entrevista com o moço do bum bum guloso pra saber o que um ex-pastor evangélico estava fazendo em um set de filmes pornôs. Ora, se antes ele pregava, agora está perdendo as pregas. (Desculpa, mas eu não resisti) 


Aqui está o vídeo que eu falei. Aos 6:50 min ele cai na gargalhada depois de ter as amídalas perfuradas por um gande pênis grosso. Se fosse eu nessa situação não riria, pode ser que depois vc comece a chorar.


Ele fala palavrão, geme sem que ninguém toque nele, faz mais barulho que mulher, é um ator realmente, mas esquece todas as marcações. Quem sabe de propósito?

O mais impressionante é que ele nunca fica de pau duro e consequentemente nunca deixa que façam boquete nele.

Alexandre é o tipo passivo agressivo: ele pede pra filmar o próprio cu aberto, manda o cara ir mais rápido e mais de vagar e em outro vídeo pede para o ator gosar juntinho com ele.

Isso é de verdade, eu já saí com um cara assim. Evangélico, passivo-agressivo e héterossexista. Acho que tem algum exorcismo sendo mal feito nas igrejas pq ao invéz de expulsar a pomba-gira eles amarram ela no fiel. kkk



Onde um ser humano é capaz de chegar, não é mesmo?! A pessoa quando fica de quatro e rebola perde toda a dignidade que ainda lhe resta. Uma coisa é vc fazer isso com o seu namorado e outra é fazer em frente as câmeras. Depois ele diz no SBT que não sente prazer nenhum. Aham Cláudia, senta lá.

Retiro o que disse, o bum bum dele já foi bonito.

16 de fevereiro de 2011

Resposta aos preconceiturosos



O Vlog (blog em vídeo) Me dá Um Expresso, feito pela Bárbara, tratou do tema sexualidade num dos vídeos. Assitam e comentem.




Quem também tocou no assunto foi o PC Siqueira, dono do Vlog Mas Poxa Vida. Ao contrário da Bárbara que é homossexual, o PC é irmção de um homossexual. São dois pontos de vista diferentes que devem ser observados.

15 de fevereiro de 2011

STREP TEASE COM CAIO CASTRO

Hoje quero falar da arte de tirar a roupa para apimentar a relação. Fazendo a distinção entre amor e sexo antes de tudo para que fique claro o que eu vou dizer.Seu namorado AMA você, mas quer tranasar com o vizinho, com o encanador, com o professor da faculdade, com o jornaleiro e com o Caio Castro.

Fantasias

Por isso na hora de fazer um streap-tease, invente um personagem, vista uma roupa especial, não aquela do dia a dia, nem uma fantasia de carnaval que é muito brochante.

Imagina um rapaz baixinho ou gordo de Zorro... mecãnico(?), bombeiro. Não mesmo! Ponha um terno, uma gravata, uma roupa de surfista, invente que é um DJ, com fones enormes nos ouvidos diga que vai fazer um "Screch". Ou seja, fuja do óbvio.

Insegurança

Se preciso for, use um óculos escuro que ajuda a se concentrar #ficadica. E principamente, não pense que vc tem pneu, estria, é careca, ou que tem uma espinha enorme no meio das costas. Ninguém é perfeito e o seu personagem não é você. Ele faz coisas que vc não faria.

Questionando:

O que determina o sexo masculino? 
O cromossomo Y

O que e um homem bonito? 
Isso vai depender do seu grau de miopia, hipermetropia e astigmatismo mental. Mas de um modo geral, os homemns bonitos são os que aparecem na novela.

Agora me diga:

O que  faz um homem que tem cabeça, tronco, joelho e pé como todos os outros se destacar e ficar mais gostoso, mais interessante e mais gato? O personagem, claro!

Veja o exemplo abaixo:



Este Caio Castro, ator. Atualmente faz a novela Ti Ti Ti na Rede Globo. Antes participou de uma temporada de Malhação (se foram duas me corrijam pq eu não assisto).


Fato é que o moço ficou mais velho, mais sério e mais peludo ao mudar de novela. Compare as fotos e diga de qual gosta mais. O novinho ou o maduro?


O corpo fica mais bonito vestido e bem iluminado. Aqui ele parece grande, vigoroso, másculo, mas no vídeo abxo ficou fransino, sem graça, mal vestido e a coreografia não ajudou em nada. Reparem também que as calças dele estão mais curtas do que deveriam. Isso traz insegurança e prejudica a perfórmace.



Num outro momento, mais descontraído, o mesmo rapaz, com o mesmo corpo fransino vira um leão dançando e rebolando como a Beyoncé. Usava suas próprias roupas, o que lhe deu segurança e marcava no corpo as áreas que ele queria destacar. Mesmo vestido, ele fica muito mais excitante e mais tesudo que no vídeo anterior.



Então é hora de você tentar fazer um strep tease em casa. Na frente do espelho é melhor pra treinar os movimentos. Escolha uma música bem sexy e sensualize com seu parceiro.

8 de fevereiro de 2011

O FANTASMA MASCULINO - João Silvério Trevisan

As grandes mudanças históricas estão levando o masculino a uma crise identitária e o homem se encontra diante de seus fantasmas. Em que termos o masculino poderá conciliar o ódio e a atração que sente por si mesmo? Que mudanças profundas serão necessárias para que o fantasma se torne apenas uma alternativa? A violência é uma resposta ao medo? Por que o diferente perturba tanto? Quem o agressor pretende punir, afinal? Neste Café Filosófico o escritor João Silvério Trevisan fala sobre o enigma do desejo.

O vídeo com a palestra foi retirado do You Tube, mas no site abaixo ainda é possível assistir


6 de fevereiro de 2011

BEIJO NA BOCA MALDITA - CURTA

Muito popular em Curitiba dos anos 70, GILDA marcou época. Tipo folclórico de rua, dizia-se travesti. Quem não quisesse levar um beijo seu apressava-se em lhe dar um trocado. Todos fugiam dos seus gracejos na Boca Maldita.

BEIJO NA BOCA MALDITA from yanko del pino on Vimeo.

Já ouviu falar de uma banda punk de recife assumidamente homossexual chamada Testículos de Mary? Então assista esse documentário que foi feito após a extinção do grupo.

5 de fevereiro de 2011

AQUELES DOIS

 

(História de aparente mediocridade e repressão)
Caio Fernando Abreu

Para Rofran Fernandes:
"I announce adhesiveness,
I say it shall be limitless,
unloosen il.
I say you shall yet find the
friend youwere looking for."
(Walt Whitman: So Long!)

Texto narrado por Alan Villela  ou transcrito abaixo:




A verdade é que não havia mais ninguém em volta. Meses depois, não no começo, um deles diria que a repartição era como "um deserto de almas". O outro concordou sorrindo, orgulhoso, sabendo-se excluído. E longamente, entre cervejas, trocaram então ácidos comentários sobre as mulheres mal-amadas e vorazes, os papos de futebol, amigo secreto, lista de presente, bookmaker, bicho, endereço de cartomante, clips no relógio de ponto, vezenquando salgadinhos no fim do expediente, champanha nacional em copo de plástico. Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra — talvez por isso, quem sabe? Mas nenhum se perguntou.

Não chegaram a usar palavras como "especial", "diferente" ou qualquer coisa assim. Apesar de, sem efusões, terem se reconhecido no primeiro segundo do primeiro minuto. Acontece porém que não tinham preparo algum para dar nome às emoções, nem mesmo para tentar entendê-las. Não que fossem muito jovens, incultos demais ou mesmo um pouco burros. Raul tinha um ano mais que trinta; Saul, um menos. Mas as diferenças entre eles não se limitavam a esse tempo, a essas letras. Raul vinha de um casamento fracassado, três anos e nenhum filho. Saul, de um noivado tão interminável que terminara um dia, e um curso frustrado de Arquitetura. Talvez por isso, desenhava. Só rostos, com enormes olhos sem íris nem pupilas. Raul ouvia música e, às vezes, de porre, pegava o violão e cantava, principalmente velhos boleros em espanhol. E cinema, os dois gostavam.

Passaram no mesmo concurso para a mesma firma, mas não se encontraram durante os testes. Foram apresentados no primeiro dia de trabalho de cada um. Disseram prazer, Raul, prazer, Saul, depois como é mesmo o seu nome? sorrindo divertidos da coincidência. Mas discretos, porque eram novos na firma e a gente, afinal, nunca sabe onde está pisando. Tentaram afastar-se quase imediatamente, deliberando limitarem-se a um cotidiano oi, tudo bem ou, no máximo, às sextas, um cordial bom fim de semana, então. Mas desde o princípio alguma coisa — fados, astros, sinas, quem saberá? conspirava contra (ou a favor, por que não?) aqueles dois.

Suas mesas ficavam lado a lado. Nove horas diárias, com intervalo de uma para o almoço. E perdidos no meio daquilo que Raul (ou teria sido Saul?) chamaria, meses depois, exatamente de "um deserto de almas", para não sentirem tanto frio, tanta sede, ou simplesmente por serem humanos, sem querer justificá-los — ou, ao contrário, justificando-os plena e profundamente, enfim: que mais restava àqueles dois senão, pouco a pouco, se aproximarem, se conhecerem, se misturarem? Pois foi o que aconteceu. Tão lentamente que mal perceberam.

II

 

Eram dois moços sozinhos. Raul tinha vindo do norte, Saul tinha vindo do sul. Naquela cidade, todos vinham do norte, do sul, do centro, do leste — e com isso quero dizer que esse detalhe não os tornaria especialmente diferentes. Mas no deserto em volta, todos os outros tinham referenciais, uma mulher, um tio, uma mãe, um amante. Eles não tinham ninguém naquela cidade — de certa forma, também em nenhuma outra —, a não ser a si próprios. Diria também que não tinham nada, mas não seria inteiramente verdadeiro.

Além do violão, Raul tinha um telefone alugado, um toca-discos com rádio e um sabiá na gaiola, chamado Carlos Gardel. Saul, uma televisão colorida com imagem fantasma, cadernos de desenho, vidros de tinta nanquim e um livro com reproduções de Van Gogh. Na parede do quarto de pensão, uma outra reprodução de Van Gogh: aquele quarto com a cadeira de palhinha parecendo torta, a cama estreita, as tábuas do assoalho, colocado na parede em frente à cama. Deitado, Saul tinha às vezes a impressão de que o quadro era um espelho refletindo, quase fotograficamente, o próprio quarto, ausente apenas ele mesmo. Quase sempre, era nessas ocasiões que desenhava.

Eram dois moços bonitos também, todos achavam. As mulheres da repartição, casadas, solteiras, ficaram nervosas quando eles surgiram, tão altos e altivos, comentou, olhos arregalados, uma das secretárias. Ao contrário dos outros homens, alguns até mais jovens, nenhum tinha barriga ou aquela postura desalentada de quem carimba ou datilografa papéis oito horas por dia.

Moreno de barba forte azulando o rosto, Raul era um pouco mais definido, com sua voz de baixo profundo, tão adequada aos boleros amargos que gostava de cantar. Tinham a mesma altura, o mesmo porte, mas Saul parecia um pouco menor, mais frágil, talvez pelos cabelos claros, cheios de caracóis miúdos, olhos assustadiços, azul desmaiado. Eram bonitos juntos, diziam as moças. Um doce de olhar. Sem terem exatamente consciência disso, quando juntos os dois aprumavam ainda mais o porte e, por assim dizer, quase cintilavam, o bonito de dentro de um estimulando o bonito de fora do outro, e vice-versa. Como se houvesse entre aqueles dois, uma estranha e secreta harmonia.

III



Cruzavam-se, silenciosos mas cordiais, junto à garrafa térmica do cafezinho, comentando o tempo ou a chatice do trabalho, depois voltavam às suas mesas. Muito de vez em quando, um pedia um cigarro ao outro, e quase sempre trocavam frases como tanta vontade de parar, mas nunca tentei, ou já tentei tanto, agora desisti. Durou tempo, aquilo. E teria durado muito mais, porque serem assim fechados, quase remotos, era um jeito que traziam de longe. Do norte, do sul.

Até um dia em que Saul chegou atrasado e, respondendo a um vago que que houve, contou que tinha ficado até tarde assistindo a um velho filme na televisão. Por educação, ou cumprindo um ritual, ou apenas para que o outro não se sentisse mal chegando quase às onze, apressado, barba por fazer, Raul deteve os dedos sobre o teclado da máquina e perguntoü: que filme? Infâmia, Saul contou baixo, Audrey Hepburn, Shirley MacLayne, um filme muito antigo, ninguém conhece. Raul olhou-o devagar, e mais atento, como ninguém conhece? eu conheço e gosto muito. Abalado, convidou Saul para um café e, no que restava daquela manhã muito fria de junho, o prédio feio mais que nunca parecendo uma prisão ou uma clínica psiquiátrica, falaram sem parar sobre o filme.

Outros filmes viriam, nos dias seguintes, e tão naturalmente como se de alguma forma fosse inevitável, também vieram histórias pessoais, passados, alguns sonhos, pequenas esperança e sobretudo queixas. Daquela firma, daquela vida, daquele nó, confessaram uma tarde cinza de sexta, apertado no fundo do peito. Durante aquele fim de semana obscuramente desejaram, pela primeira vez, um em sua quitinete, outro na pensão, que o sábado e o domingo caminhassem depressa para dobrar a curva da meia-noite e novamente desaguar na manhã de segunda-feira quando, outra vez, se encontrariam para: um café. Assim foi, e contaram um que tinha bebido além da conta, outro que dormira quase o tempo todo. De muitas coisas falaram aqueles dois nessa manhã, menos da falta que sequer sabiam claramente ter sentido.

Atentas, as moças em volta providenciavam esticadas aos bares depois do expediente, gafieiras, discotecas, festinhas na casa de uma, na casa de outra. A princípio esquivos, acabaram cedendo, mas quase sempre enfiavam-se pelos cantos e sacadas para contar suas histórias intermináveis. Uma noite, Raul pegou o violão e cantou Tú Me Acostumbraste. Nessa mesma festa, Saul bebeu demais e vomitou no banheiro. No caminho até os táxis separados, Raul falou pela primeira vez no casamento desfeito. Passo incerto, Saul contou do noivado antigo. E concordaram, bêbados, que estavam ambos cansados de todas as mulheres do mundo, suas tramas complicadas, suas exigências mesquinhas. Que gostavam de estar assim, agora, sós, donos de suas próprias vidas. Embora, isso não disseram, não soubessem o que fazer com elas.





Dia seguinte, de ressaca, Saul não foi trabalhar nem telefonou. Inquieto, Raul vagou o dia inteiro pelos corredores subitamente desertos, gelados, cantando baixinho Tú Me Acostumbraste, entre inúmeros cafés e meio maço de cigarros a mais que o habitual.

IV

Os fins de semana tornaram-se tão longos que um dia, no meio de um papo qualquer, Raul deu a Saul o número de seu telefone, alguma coisa que você precisar, se ficar doente, a gente nunca sabe. Domingo depois do almoço, Saul telefonou só para saber o que o outro estava fazendo, e visitou-o, e jantaram juntos a comidinha mineira que a empregada deixara pronta sábado. Foi dessa vez que, ácidos e unidos, falaram no tal deserto, nas tais almas. Há quase seis meses se conheciam. Saul deu-se bem com Carlos Gardel, que ensaiou um canto tímido ao cair da noite. Mas quem cantou foi Raul: Perfídia, La Barca e, a pedido de Saul, outra vez, duas vezes, Tú Me Acostumbraste. Saul gostava principalmente daquele pedacinho assim sutil llegaste a mí como una tentación llenando de inquietud mi corazón. Jogaram algumas partidas de buraco e, por volta das nove, Saul se foi.

Na segunda, não trocaram uma palavra sobre o dia anterior. Mas falaram mais que nunca, e muitas vezes foram ao café. As moças em volta espiavam, às vezes cochichando sem que eles percebessem. Nessa semana, pela primeira vez almoçaram juntos na pensão de Saul, que quis subir ao quarto para mostrar os desenhos, visitas proibidas à noite, mas faltavam cinco para as duas e o relógio de ponto era implacável. Saíam e voltavam juntos, desde então, geralmente muito alegres. Pouco tempo depois, com pretexto de assistir a Vagas Estrelas da Ursa na televisão de Saul, Raul entrou escondido na pensão, uma garrafa de conhaque no bolso interno do paletó. Sentados no chão, costas apoiadas na cama estreita, quase não prestaram atenção no filme. Não paravam de falar. Cantarolando Io Che Non Vivo, Raul viu os desenhos, olhando longamente a reprodução de Van Gogh, depois perguntou como Saul conseguia viver naquele quartinho tão pequeno. Parecia sinceramente preocupado. Não é triste? perguntou. Saul sorriu forte: a gente acostuma.

Aos domingos, agora, Saul sempre telefonava. E vinha. Almoçavam ou jantavam, bebiam, fumavam, falavam o tempo todo. Enquanto Raul cantava — vezenquando El Día Que Me Quieras, vezenquando Noche de Ronda —, Saul fazia carinhos lentos na cabecinha de Carlos Gardel, pousado no seu dedo indicador. Às vezes olhavam-se. E sempre sorriam. Uma noite, porque chovia, Saul acabou dormindo no sofá. Dia seguinte, chegaram juntos à repartição, cabelos molhados do chuveiro. As moças não falaram com eles. Os funcionários barrigudos e desalentados trocaram alguns olhares que os dois não saberiam compreender, se percebessem. Mas nada perceberam, nem os olhares nem duas ou três piadas. Quando faltavam dez minutos para as seis, saíram juntos, altos e altivos, para assistir ao último filme de Jane Fonda.

V

Quando começava a primavera, Saul fez aniversário. Porque achava seu amigo muito solitário, ou por outra razão assim, Raul deu a ele a gaiola com Carlos Gardel. No começo do verão, foi a vez de Raul fazer aniversário. E porque estava sem dinheiro, porque seu amigo não tinha nada nas paredes da quitinete, Saul deu a ele a reprodução de Van Gogh. Mas entre esses dois aniversários, aconteceu alguma coisa.

No norte, quando começava dezembro, a mãe de Raul morreu e ele precisou passar uma semana fora. Desorientado, Saul vagava pelos corredores da firma esperando um telefonema que não vinha, tentando em vão concentrar-se nos despachos, processos, protocolos. Á noite, em seu quarto, ligava a televisão gastando tempo em novelas vadias ou desenhando olhos cada vez mais enormes, enquanto acariciava Carlos Gardel. Bebeu bastante, nessa semana. E teve um sonho: caminhava entre as pessoas da repartição, todas de preto, acusadoras. À exceção de Raul, todo de branco, abrindo os braços para ele. Abraçados fortemente, e tão próximos que um podia sentir o cheiro do outro. Acordou pensando mas ele é que devia estar de luto.

Raul voltou sem luto. Numa sexta de tardezinha, telefonou para a repartição pedindo a Saul que fosse vê-lo. A voz de baixo profundo parecia ainda mais baixa, mais profunda. Saul foi. Raul tinha deixado a barba crescer. Estranhamente, ao invés de parecer mais velho ou mais duro, tinha um rosto quase de menino. Beberam muito nessa noite. Raul falou longamente da mãe — eu podia ter sido mais legal com ela, disse, e não cantou. Quando Saul estava indo embora, começou a chorar. Sem saber ao certo o que fazia, Saul estendeu a mão e, quando percebeu, seus dedos tinham tocado a barba crescida de Raul. Sem tempo para compreenderem, abraçaram-se fortemente. E tão próximos que um podia sentir o cheiro do outro: o de Raul, flor murcha, gaveta fechada; o de Saul, colônia de barba, talco. Durou muito tempo. A mão de Saul tocava a barba de Raul, que passava os dedos pelos caracóis miúdos do cabelo do outro. Não diziam nada. No silêncio era possível ouvir uma torneira pingando longe. Tanto tempo durou que, quando Saul levou a mão ao cinzeiro, o cigarro era apenas uma longa cinza que ele esmagou sem compreender.

Afastaram-se, então. Raul disse qualquer coisa como eu não tenho mais ninguém no mundo, e Saul outra coisa qualquer como você tem a mim agora, e para sempre. Usavam palavras grandes — ninguém, mundo, sempre — e apertavam-se as duas mãos ao mesmo tempo, olhando-se nos olhos injetados de fumo e álcool. Embora fosse sexta e não precisassem ir à repartição na manhã seguinte, Saul despediu-se. Caminhou durante horas pelas ruas desertas, cheias apenas de gatos e putas. Em casa; acariciou Carlos Gardel até que os dois dormissem. Mas um pouco antes, sem saber por quê, começou a chorar sentindo-se só e pobre e feio e infeliz e confuso e abandonado e bêbado e triste, triste, triste. Pensou em ligar para Raul, mas não tinha fichas e era muito tarde.

Depois, chegou o Natal, o Ano-Novo que passaram juntos, recusando convites dos colegas de repartição. Raul deu a Saul uma reprodução do Nascimento de Vênus, que ele colocou na parede exatamente onde estivera o quarto de Van Gogh. Saul deu a Raul um disco chamado Os Grandes Sucessos de Dalva de Oliveira. O que mais ouviram foi Nossas Vidas, prestando atenção no pedacinho que dizia até nossos beijos parecem beijos de quem nunca amou.

Foi na noite de trinta e um, aberta a champanhe na quitinete de Raul, que Saul ergueu a taça e brindou à nossa amizade que nunca nunca vai terminar. Beberam até quase cair. Na hora de deitar, trocando a roupa no banheiro, muito bêbado, Saul falou que ia dormir nu. Raul olhou para ele e disse você tem um corpo bonito. Você também, disse Saul, e baixou os olhos. Deitaram ambos nus, um na cama atrás do guarda-roupa, outro no sofá. Quase a noite inteira, um conseguia ver a brasa acesa do cigarro do outro, furando o escuro feito um demônio de olhos incendiados. Pela manhã, Saul foi embora sem se despedir para que Raul não percebesse suas fundas olheiras.

Quando janeiro começou, quase na época de tirarem férias — e tinham planejado, juntos, quem sabe Parati, Ouro Preto, Porto Seguro — ficaram surpresos naquela manhã em que o chefe de seção os chamou, perto do meio-dia. Fazia muito calor. Suarento, o chefe foi direto ao assunto. Tinha recebido algumas cartas anônimas. Recusou-se a mostrá-las. Pálidos, ouviram expressões como "relação anormal e ostensiva", "desavergonhada aberração", "comportamento doentio", "psicologia deformada", sempre assinadas por Um Atento Guardião da Moral. Saul baixou os olhos desmaiados, mas Raul colocou-se em pé. Parecia muito alto quando, com uma das mãos apoiadas no ombro do amigo e a outra erguendo-se atrevida no ar, conseguiu ainda dizer a palavra nunca, antes que o chefe, entre coisas como a-reputação-de-nossa-firma, declarasse frio: os senhores estão despedidos.

Esvaziaram lentamente cada um a sua gaveta, a sala deserta na hora do almoço, sem se olharem nos olhos. O sol de verão escaldava o tampo de metal das mesas. Raul guardou no grande envelope pardo um par de olhos enormes, sem íris nem pupilas, presente de Saul, que guardou no seu grande envelope pardo, com algumas manchas de café, a letra de Tú Me Acostumbraste, escrita à mão por Raul numa tarde qualquer de agosto. Desceram juntos pelo elevador, em silêncio.

Mas quando saíram pela porta daquele prédio grande e antigo, parecido com uma clínica ou uma penitenciária, vistos de cima pelos colegas todos postos na janela, a camisa branca de um, a azul do outro, estavam ainda mais altos e mais altivos. Demoraram alguns minutos na frente do edifício. Depois apanharam o mesmo táxi, Raul abrindo a porta para que Saul entrasse. Ai-ai, alguém gritou da janela. Mas eles não ouviram. O táxi já tinha dobrado a esquina.

Pelas tardes poeirentas daquele resto de janeiro, quando o sol parecia a gema de um enorme ovo frito no azul sem nuvens no céu, ninguém mais conseguiu trabalhar em paz na repartição. Quase todos ali dentro tinham a nítida sensação de que seriam infelizes para sempre. E foram.

 


Caio Fernando Loureiro de Abreu nasceu no dia 12 de setembro de 1948, em Santiago (RS). Jovem ainda mudou-se para Porto Alegre onde publicou seus primeiros contos. Cursou Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, depois Artes Dramáticas, mas abandonou ambos para dedicar-se ao trabalho jornalístico no Centro e Sul do país, em revistas como Pop, Nova, Veja e Manchete, foi editor de Leia Livros e colaborou nos jornais Correio do Povo, Zero Hora, O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo. No ano de 1968 — em plena ditadura militar — foi perseguido pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), tendo se refugiado no sítio da escritora e amiga Hilda Hilst, na periferia de Campinas (SP). Considerado um dos principais contistas do Brasil, sua ficção se desenvolveu acima dos convencionalismos de qualquer ordem, evidenciando uma temática própria, juntamente com uma linguagem fora dos padrões normais. Em 1973, querendo deixar tudo para trás, viajou para a Europa. Primeiro andou pela Espanha, transferiu-se para Estocolmo, depois Amsterdã, Londres — onde escreveu Ovelhas Negras — e Paris. Retornou a Porto Alegre em fins de 1974, sem parecer caber mais na rotina do Brasil dos militares: tinha os cabelos pintados de vermelho, usava brincos imensos nas duas orelhas e se vestia com batas de veludo cobertas de pequenos espelhos. Assim andava calmamente pela Rua da Praia, centro nervoso da capital gaúcha. Em 1983 transferiu-se para o Rio de Janeiro e em 1985 passou a residir novamente em São Paulo.

Volta à França em 1994, a convite da Casa dos Escritores Estrangeiros. Lá escreveu
Bien Loin de Marienbad. Ao saber-se portador do vírus da AIDS, em setembro de 1994, Caio Fernando Abreu retorna a Porto Alegre, onde volta a viver com seus pais. Põe-se a cuidar de roseiras, encontrando um sentido mais delicado para a vida. Foi internado no Hospital Menino Deus, onde faleceu no dia 25 de fevereiro de 1996.


Para quem ficou curioso sobrae a música "Tú me acostumbraste" deixo a interpretação do grupo Los Tres Ases 

APAGA MEU FOGO 2

Pelo visto os bombeiros estão fazendo sucesso entre os leitores do Ditadura gay. Porém com um detalhe especial, a maioria dos homens sarados e safados que estão se exibindo são brasileiros e bombeiros de verdade. Todo ano eles tiram fotos para o calendário mas quase nunca elas vazam para a internet. Essa é uma oportunidade única. Por isso aproveite. 
Como trilha sonora, indico The Blues Brothers com a música "Minnie The Moocher" ideal para fazer aquele stripetease.  Então aproveite a deixa e ponha fogo na sua cama, quem sabe um desses gatos vem te salvar.






















4 de fevereiro de 2011

Poster do dia

Todas as fotos são escolhidas a dedo mas algumas delas merecem destaque

 

INSTINTO COLETIVO



Coletivo é uma palavra que anda muito em voga. Ela define a unidade de um grupo formado por diferentes elementos, reunidos sob determinado aspecto comum. No espaço virtual, poe exemplo, é fácil encontrar redes sociais, chats, blogs coletivos, sites colaborativos, como a wikipédia, e os fóruns de debates. Tal comportamento se repete também no mundo material, onde as pessoas de diferentes áreas de conhecimento tem se unido em torno do desenvolvimento de produtos e para propor soluções sob diferentes óticas, assim surgem os coletivos de moda, de arte, as ongs e as cooperativas. Movidos pela vontade humana de formar sociedades.

Os grupos às vezes são criados arbitrariamente, como é o caso dos três grandes reinos da biologia: o animal, o vegetal e o mineral. Por isso mesmo que alguns elementos ficam presos na intersecção de dois conjuntos, criando um estágio intermediário de existência. Pouco compreendida muitas das vezes.

Recife de corais

Para citar um caso concreto, temos os corais marinhos que por crescerem ao lado das algas são associados ao reino vegetal e na verdade são animais muito rágeis. Existem características nesses indivíduos que os fazem pertencer a um grupo, mas parecerem, aos nossos olhos, fazer parte de outro. Em biologia, chamamos de fenótipo as características visíveis e genótipo as invisíveis.

Observando a espécie humana, externamente somos de dois tipos: machos e fêmeas, o que se comprova pela existência de órgãos sexuais que permitem a reprodução. São chamados de homens aqueles que possuem pênis e de mulheres aqueles que possuem vagina. Mas o que fazer quando não temos o indivíduo na nossa frente para determinar o sexo biológico? Podemos então analisar o genótipo. O DNA, um código que determina a maior parte do funcionamento do corpo, como altura e cor da pele é onde encontraremos o cromossomo “X” que indica que se trata de uma mulher e o cromossomo “Y” comprovando que o indivíduo é um homem. Nada poderia ser mais simples, porém… Lembram do caso dos corais?

De todas as espécies que habitam o planeta, os seres humanos são os que tem organização mais complexa. Ao se reunírem, formam uma multidão, se estiverem organizados, chama-se de mutirão, se forem malfeitores, formam uma quadrilha, e se quando armados viram um exército. Mas se são especialmente treinados, formam a tropa de elite.


Ao falarmos de sexualidade humana, temos que considerar três comportamentos naturais, as interações heterossexuais, as homossexuais e as bissexuais. Digo que são naturais porque animais e tribos que vivem em territórios isolados (caso dos índios) reproduzem este comportamento.

Ao se tornar civilizado, o homem passou a ter uma padronização de comportamentos para entre, outras coisas, se reconhecerem como um grupo. Assim, criou-se a lei e a justiça, mas também a moda e a etiqueta, que tornavam uniformes as ações de cada indivíduo dentro do grupo.

A heterossexualidade foi eleita o melhor comportamento para iniciar uma civilização por dois motivos: um prático, que era garantir a descendência do grupo, e outro de ordem política, que era desconfigurar e desordenar o grupo que perdesse a guerra.

Então, de acordo com a história do ocidente, Roma ganha a guerra, apesar do presente de grego, e elege a religião cristã, com seu Deus único, como a melhor representante dessa nova era que surgia. Como vencedores, os romanos agora reescreveriam a história do mundo e destruiriam qualquer vestígio grego do comportamento daquele grupo, incluindo a prática das relações homossexuais como rito de passagem para a vida adulta. E assim se formou o mito da supremacia, dos vencedores heterossexuais, repetida até hoje pela mesma religião cristã do Deus único e suas derivadas.


Reparem bem que na cultura grega, havia um homem mais velho, chamado de erastes, que tinha função de educar, proteger, amar e agir como um exemplo para seu amado, chamado de eromenos, cuja recompensa para seu amante estaria em sua beleza, juventude e potencial. Essa relação era hierarquizada até nos momentos mais íntimos, ou seja, quando havia a prática de sexo, o ativo, aquele que penetra, era exclusivamente o mais velho, e o passivo, aquele que é penetrado, era o mais novo.

Desse modo, quando dizemos “eu sou espada”, estamos dizendo também que vencemos a guerra e que fizemos escravos os que sobreviveram (prática recorrente na época). E como havia a necessidade de humilhar os vencidos, era possível até que os mais velhos fossem estuprados pelos soldados romanos e desse modo rebaixados a condição de eromenos.



O que o imaginário hétero formado pelos cristão vencedores da guerra criou foi a imagem do homem mais velho que sai com garotos de programa jovens, bonitos e de corpos atléticos semelhantes à estátuas gregas. 

Seguindo essa linha de raciocínio, quando encontramos um homem e uma mulher que namoram, não perguntamos “quem come quem?”, mas é comum questionarmos os casais homossexuais. Usando o modelo criado pelos vencedores, podemos tentar adivinhar que o papel de passivo está com quem tem mais características femininas, ou seja, quem tem foz mais fina, usa maquilagem, possui trejeitos, fala muito e usa roupas mais chamativas.


Contudo, essa expectativa nem sempre se cumpre, mesmo porque a construção de uma supremacia heterossexual e as funções de cada indivíduo que forma o par ao longo da história foi questionada. Portanto, ao encontrar um casal gay ou lésbico, pergunte qualquer coisa menos a posição que eles assumem na cama, porque é constrangedor ter que responder isso.

Se o exército grego incentivava o ingresso de homossexuais e apoiava a formação de casais, pois acreditava que ao entrar em combate, ambos teriam mais determinação e coragem, defendendo um ao outro, os romanos dirão que a fraqueza do exército perdedor foi justamente essa permissividade. Ainda hoje usado como justificativa, que impede até hoje que homossexuais façam parte das forças armadas na maior parte do mundo. Contudo a formação de casais hétero é incentivada em Israel e nos Estados Unidos, considerados as tropas mais bem preparadas do mundo.


Durante muito tempo a homossexualidade não existiu. A palavra homossexual só foi criada em 1869, reunindo duas raízes lingüísticas: Homo (do Grego, significando “igual”) e Sexual (do latim). Desde então, foi chamada de doença, vício, pecado e associada à Aids. Todas as classificações anteriores caíram por terra, mas não deixaram de existir nos tratados de medicina e psicologia antigos, nos quais se baseiam todos os que se acham vencedores da guerra e pretende desmontar a história dos vencidos, riscando sua existência da face da Terra. Alguns usam até lâmpadas para isso.


A expressão homofobia foi criada em 1972, e é formada por dois radicais gregos: Homo (igual) e fobia (medo), literalmente medo ou aversão aos homossexuais. Mas esse o termo ao ser contestado e esvaziado de significado em diversas oportunidades gerou uma conclusão, a que na verdade a pessoa que sofre de homofobia acredita piamente na supremacia heterossexual a tal ponto de reviver a guerra romana e partir para a luta corporal, e em casos extremos, cometer assassinatos. Há inclusive estudos que apontam para uma memória akashica que guardariam registro de todas as vidas que existiram na Terra.


Embora exista um forte movimento na direção do reconhecimento do homossexual como um sujeito de direitos e na fragilidade do mito da supremacia heterossexual, há algumas legislações, como a brasileira, por exemplo, que não reconhecem o tratamento diferenciado dado a essas pessoas por parte do Estado. Este recusa-se a celebrar união matrimonial, não reconhece o casal como uma unidade familiar responsável pela adoção de uma criança e muito menos, reconhece que há um grupo de pessoas que são homofóbicas e portanto, potencialemente perigosas por se basearem apenas no fenotipo considerado homossexual para agredir, humilhar e matar.

DJ Yoji Biomehanika


O Rio de janeiro celebrou a 15º Parada do Orgulho Gay no dia 18 de Novembro. Era um fim de semana com feriado na segunda-feira, e a previsão de tempo indicava tempestade. Havia uma expectativa de 1,2 milhão de pessoas e compareceram entre 250 mil segundo a polícia militar e 800 mil de acordo com os organizadores. Do início ao fim foram vistos atos de homofobia. Desde uma simples reprovação ao beijo gay até lésbicas agarradas à força como se fosse uma micareta. E no fim, um tiro para nos calar só fez os ânimos se exaltarem ainda mais. O resto está estampado nos principais jornais e circula nos coletivos da cidade.


Manifeste-se!

3 de fevereiro de 2011

HOMEM DE SAIA

A androginia foi tema recorrente neste São Paulo Fashion Week e um dos desfiles onde o assunto foi tratado com mais propriedade, teve foco exatamente no fetiche provocado pela roupa feminina num corpo masculino. O estilista João Pimenta trouxe uma coleção onde le misturava a austeridade do militarismo e a fragilidade dos coroinhas. A mistura desses dois universos permite que se vislumbre uma certa crítica a essa onda de pedofilia que existe entre sacerdotes católicos mas nos faz atentar para outro ponto: os padres usam batinas, que nada mais são do que vestidos (considerado árte da indrumentária feminina).

O que nos faz pensar se não é exagerada a condenação da Igreja em relação a atos homossexuais (praticados entre adultos) se os próprios padres, bispos e até o papa estão usando saias quando nos condenam. As imagens falam por si só, mas o áudio foi removido pelo You Tube. Então deixo como sugestão a música "Homem de Saia" da banda Três Meninas do Brasil, um feliz encontro entre Rita Ribeiro, Teresa Cristina e Jussara Silveira.




Mas afinal o que define a identidade de um gênero? A presença ou ausência de uma genitália, o nome social, o tipo de roupa que a pessoa usa, o corte de abelo, a maquiagem, a presença de anéis, brincos, colares e pulseiras ou é uma outra coisa que ainda não foi convencionada? Entre os fetiches que se referem a essa flexibilização dos gêneros posso citar 3 mais comuns:

Cross-dressing é um termo que se refere a pessoas que vestem roupa ou usam objectos associados ao sexo oposto, por qualquer uma de muitas razões, desde vivenciar uma faceta feminina (para os homens), masculina (para as mulheres), motivos profissionais, para obter gratificação sexual, ou outras.

Drag Queen ou Drag king são artistas performáticos que se travestem, fantasiando-se cômica ou exageradamente com o intuito geralmente profissional artístico.

Travesti são pessoas que vivem uma parte significativa do dia ou mesmo o dia-a-dia como se fossem do sexo oposto. Além de se travestirem com roupas do sexo oposto é comum a utilização de um nome social, corte de cabelo, adoção de modos e de timbre de voz consoantes com o sexo almejado.

 Quando falamos nesse tema, lembramos invariavelmente da Escócia e seus kilts, entre os famosos de kilt estão Marc Jacobs e Mas Sean Conory.

Sean Conory - ator

Marc Jacobs - estilista

Na verdade o kilt, é uma roupa tradicional escocesa, herdada da cultura celta que nunca frequentou o guarda-roupas feminino. Pelo contrário, era usado pelos guerreiros e por isso memso era associado a força e a virilidade. Diz a lenda que não se deve usar cuecas quando vestir o kilt, mas pode dar problema se o sujeito ficar excitado. Imagine a cena. 

Apesar de ter coentado sobre outros fetiches decorrentes da flexibilização dos gêneros, não falarei deles neste post ainda que no futuro ele seja revisado e ampliado. Aproveire e veja a galeria de homens de saia logo abaixo.

10 homens sesualizando com suas saias:











 

 

 


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